A participação de investidores entre os compradores de imóveis no Brasil caiu para 31% no primeiro trimestre de 2025, atingindo seu menor nível histórico, segundo o Raio-X FipeZAP. Esta é a terceira queda consecutiva, refletindo uma diminuição no apetite por ativos imobiliários em um contexto de juros elevados, que tornam o financiamento mais caro e afastam investidores em busca de retornos mais atrativos.
Nos últimos 12 meses, a participação de transações classificadas como investimento também recuou de uma média de 49% em janeiro de 2024 para 33% em março de 2025. Segundo o estudo, entre os que investem, 67% preferem alugar imóveis para gerar renda, enquanto 33% buscam lucro com a revenda. O interesse pela locação atingiu um recorde de 80% em fevereiro de 2025, recuando para 75% em março.
A intenção de compra também apresentou queda: apenas 35% dos entrevistados declararam interesse em adquirir um imóvel nos próximos três meses, abaixo da média histórica de 38%. Os dados mostram um cenário de maior cautela, com consumidores mais criteriosos em suas decisões de compra.
Entre os potenciais compradores, 52% preferem imóveis usados, 40% são indiferentes e apenas 8% buscam exclusivamente imóveis novos. Quanto aos objetivos da compra pretendida, a maioria (85%) deseja adquirir um imóvel para moradia.
Ainda de acordo com o levantamento, daqueles compradores que não são investidores, 62% dos responderam ter intuito de morar com alguém, superando as opções de morar sozinho (21%) ou destinar o imóvel para outra pessoa residir (17%).
Para 73% dos entrevistados, os preços dos imóveis estavam “altos ou muito altos” no primeiro trimestre, enquanto 17% classificaram como “razoáveis” e apenas 3% consideraram “baixos ou muito baixos”. Quanto às expectativas, 43% acreditam em aumento nos próximos 12 meses, com alta média projetada de 3,2%, um pequeno avanço em relação aos 41% do primeiro trimestre de 2024.
Outro dado relevante é o aumento nas negociações com descontos: 66% das transações em março de 2025 envolveram alguma redução no preço, contra 64% em dezembro de 2024. O valor médio desses descontos manteve-se em torno de 10%, indicando um equilíbrio nas negociações entre compradores e vendedores.
A pesquisa Raio-X FipeZAP do primeiro trimestre de 2025 entrevistou 756 pessoas entre 11 de abril e 4 de maio de 2025.
Fontes: Valor Investe e Money Times